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Não é que eu não tenha nada para fazer, eu tenho. É tarde da madrugada e eu realmente preciso ir dormir. Mas eu também preciso escrever. Não tenho a intenção de que alguém leia isso, na verdade, é preferível que ninguém o faça. Mas se você está aqui lendo isso por algum motivo eu não posso te deixar ir. Não de novo. 

Assisti mais uma vez "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" e não posso deixar de falar algumas coisas. Não dessa vez. A primeira delas é que nossos ossos não são de vidro, podemos sim aguentar os baques da vida. Devemos, na verdade. Não podemos deixar as oportunidades da vida passar porque se não nossos ossos se quebram e vamos viver sem respirar. Sem nada. Tenho aprendido a dizer sim para as situações e para as pessoas. A vida é tao curta para ficar em no mundo da imaginação. Como estive até agora. 

A segunda é que nosso destino só é fabuloso se descobrirmos as coisas simples da vida. Me diz com sinceridade: o que te dá mais prazer no mundo? Não estou falando em luxo e dinheiro, estou falando em borboletas na barriga, em ver o mundo colorido. Estou falando em sentimento. Qual o sentimento mais puro  e verdadeiro que você já viu? O bebê querendo o peito da mãe ou a mãe se levantando cedo para o alimentá-lo? Isso é um fabuloso destino: encontrar sentimentos. 

Gosto de Amélie porque sou bem parecida com ela. Não tenho irmãos, brinquei muito pouco com as crianças da minha idade por isso aprendi a viver completamente sozinha, tenho um desejo imenso de abnegação para deixar os outros sempre felizes (mesmo que isso custe minha própria felicidade) e de acordo com o mundo, vivo no mundo da lua. É certo que a lua no meu mundo é feita de queijo. Esses traços marcantes de Amélie revelaram e revelam muito sobre quem eu sou e o que eu deveria fazer. Sou introvertida e deveria de todo jeito aproveitar as oportunidades de um destino fabuloso. 

Esse texto será apagado em menos de 24 horas. Se você chegou a tempo, guarde segredo disso tudo. E não desista de mim quando digo essas besteiras sem sentido. Elas fazem bastante sentido na minha cabeça, mas como sabemos, vivo no mundo da lua de queijo, sozinha. E espero que você insista. Em mim e na vida. 

Com amor,

Letícia.